27 de junho de 2007

...

Tudo me foge, tudo escorraço.

Mostro depressa a face feia.
Faço gala em ser aranha sozinha em sua teia.

E espalho veneno e fel.
E lanço feromonas e mel.
E faço baixas e presas.
E espero sozinha sem pressas.

Mas quando me pisam, ignoram,
Quando não me querem, não me adoram,
Provo do meu veneno o sabor,
Sinto na pele o meu fel

E fico enferma, vencida,
Sozinha, cobarde, caída.

Porque sou grega e troiana.
Porque sou santa e leviana.

Porque quero ser tudo
E não sou nada.