31 de agosto de 2007

Não dá!


E eu até me esforcei...

Ser forte e fria.
Controlar e (não) ser controlada.
Comer e calar, comer calada.
Ser gelo e fogo, muro e ponte, janela aberta e porta blindada.

Claro que sabia.

Que sou fraca e carente.
Gulosa, doente.
Sempre fogo, ponte, janela.
Sempre porta, muro e gelo.

Mas entre extremos, constante.
Em contrários, permanente.

E entre opostos, prisioneira.

30 de agosto de 2007

Escolhas

Há dias colocaram-me uma questão curiosa:
"Já te aconteceu teres mais que um gajo interessado em ti ao mesmo tempo e não saberes quem escolher?" (literalmente)
Sem precisar de pensar, respondi imediatamente:
"Não!"

É como em quase tudo na minha vida.
Mesmo quando não sei muito bem do que gosto, sou sempre perfeitamente clarividente em relação ao que não quero.

29 de agosto de 2007

Sim, ...

... sou cabra e puta.
Forte e dura.
Feia e má.

Sim, sou ego e presunção.
Infâmia e vácuo.
Orgulho e ostentação.

Já não choro, já não grito.
Sou carapaça, oca carcaça.

Escondo feridas, tapo mágoas.
Finjo que as lambo, invento que as (não) tenho.

Sim, sou feia e má!
Forte e dura!
Cabra e puta!

28 de agosto de 2007

Meme

Há mais de 3 meses que procurava algo útil que pudesse deixar como contributo positivo aos meus contemporâneos (à falta de descendentes)... parece que é nisso que constitui um Meme.

Finalmente, lembrei-me de uma coisa importantíssima!!

"Caríssimos contemporâneos,
Não adianta visitarem este blog em busca de 'sexo duro', 'mulher nua', 'sexo-carne de primeira" e outros pérolas do género.
Lamento desiludi-los mas não encontrarão aqui nada que satisfaça ou consiga preencher minimamente os vossos requisitos."

E pronto... era isto.

Enriquecidos? ;)

27 de agosto de 2007

Nos momentos...


... em que me oferecem uma alternativa palpável, real e concretizável, avalio melhor a minha vida.

Penso então se a que tenho é assim tão má.
Pondero se quero realmente que seja diferente.

A maior parte das vezes, decido que não.
Mas fico sempre na dúvida...


Será porque não é mesmo?
Ou não mudo apenas por medo de falhar no que não conheço?

24 de agosto de 2007

Amanhã...

... é o casamento do meu ex-namorado.

Não tinha pensado debruçar-me sobre o assunto, uma vez que tenho acompanhado o assunto com a distância que, felizmente, o tempo conseguiu trazer-me.

Mas percebi, entretanto, que o silêncio também não espelhava os meus verdadeiros sentimentos para com o casal (sim porque também conheço a noiva).

Em abono da verdade e em defesa da sua integridade moral, confesso que o amigo do post anterior também me disse uma vez que acredita que os maus pensamentos atraem coisas más e que um blog tão 'negro' como o meu só me pode trazer maus resultados (é a tal questão kármica que vos falava há uns tempos atrás).

Assim sendo, e como prova de que estou verdadeiramente empenhada em tentar alterar estes meus maus hábitos (starting yesterday!) queria usar este espaço não apenas para despejar o lixo que me desfeia (como tenho feito até agora) mas também para semear as flores que acho que me poderão embelezar um dia.

E, curiosamente, a primeira flor que ofereço comporá o bouquet da Teresa.
Espero (e acredito verdadeiramente) que o Carlos a fará muito feliz porque ele próprio encontrou a Felicidade ao seu lado.
E isso deixa-me, surpreendentemente, em paz.

23 de agosto de 2007

Sexo e Mentiras

Um amigo disse-me que chegou à conclusão (e está plenamente convencido!) que o que as mulheres realmente querem é bom sexo (apreciei o 'bom') e algumas mentiras simpáticas a acompanhar (sim, este é o tipo de amigos que tenho... aposto que agora já não se admiram tanto com o que aqui escrevo ;)).

Este tipo de 'confissão' tem o efeito de me colocar de sobreaviso quando ouço alguma 'mentira simpática'.
Os meus sentidos ficam imediatamente alerta e perscruto o semblante, a alma e as intenções do coitado com antenas, radares, sensores e toda e qualquer arma ao meu dispôr.
"Hmmmm... Que queres tu de mim?"

É falta de auto-estima, eu sei, esta minha incapacidade congénita de acreditar... ou esta tentação de acreditar sempre no pior.
Mas para mim, a verdade tem de ser sempre dura... senão é simplesmente mentira.

Nota da Autora (que gozo me dá escrever esta palavra :D):
A pedido de várias famílias, vou dar tréguas aos pobres homens que me rodeiam, que me lêem, que me amam, que me magoam, que me querem, que me abandonam... que me fazem viver, afinal.
Não que os afecte particularmente o que escrevo ou deixo de escrever mas, enquanto me aguentar, poupar-vos-ei destes desabafos. :)

22 de agosto de 2007

Raisparta os homens!

Porque chegam vocês aos magotes?
Porque vêm em vagas surgidos do nada?
E porque desaparecem depois tão súbita e inexplicavelmente como apareceram?

Porque me iludem a espaços com entusiasmo e energia, arrebatamento e paixão?
E porque serenam e se afastam quando isso já se me tornou vício e hábito?

Porque tentam invadir-me e conquistar-me como se de terra inimiga se tratasse?
E porque me abandonam depois derrotados ou, tão simplesmente, cansados de lutar?

Porque acreditam que sou terra fértil quando me declaro estéril?
E porque esmorecem e partem se quero que me convençam que erro?

Porque me reconheço em todos vocês?
E porque, diabos me levem, não consigo, então, ser como vós?


21 de agosto de 2007

Chato mesmo é...

... não querer o que me oferecem...
... e ter ciúmes do que me negam.

... não ter saudades de ninguém...
... mas sentir sempre a falta de alguém.


20 de agosto de 2007

A vida...

... corre agora rápida, impaciente.

Já não espera 2 anos para se pronunciar.
Diz o que pensa em 2 meses, 2 semanas, 2 dias!

Já não assente, não anui.
Pergunta "Não me vês? Não me sentes? Não vês que não me sentes?".

Já não se humilha, não se verga.
Passou soberba a dominar.

Já não marca passo, nem aguarda em silêncio.
Grita a plenos pulmões "Sigo viagem! Sozinha!".

A vida corre agora rápida, impaciente.
A vida corre... agora!

14 de agosto de 2007

Reruns

Não sou grande adepta de repetições e reposições.

E são realmente raros os filmes que faço questão de rever.

Começo imediatamente a reconhecer os enleios e a sedução da trama, os tiques e os trejeitos das personagens.
Mas, fundamentalmente, começo a lembrar-me de como a história termina... o que rouba, sem apelo, nem agravo, toda a graça e suspense da coisa.

Resta-me, então, fazer fast-forward sobre as partes chatas e já esperadas... ou, pura e simplesmente, abandonar o cinema.

13 de agosto de 2007

Desafio

Sei que tardei... mas não falhei!

Até porque o prometido é devido. :)

Dirigi-me à Bertrand e 'tropecei' neste livro logo à entrada:
"Tropeçar na FELICIDADE" de Daniel Gilbert

Eis o que diz a 5ª frase da sua página 161:
"Compreendemos isto e assim nunca ficamos confusos e nunca concluímos erradamente que a grande ave de pescoço comprido que vemos realmente é, de facto, o pinguim que tentamos imaginar."



O desafio veio daqui mas fica no ar para quem o quiser apanhar. :)

10 de agosto de 2007

Admito...

... que tenho (no mínimo!) uma visão redutora sobre os homens, em geral.

Acredito que qualquer 'gaja boa' lhes desperta naturalmente sentidos e imaginação (sendo que, às vezes, 'boa' nem sequer é requisito obrigatório).
Acredito que 'a oportunidade faz o ladrão' e que só não concretizam as consequentes fantasias se tal não lhes for viabilizado.
Desconfio que a sua incapacidade em estarem sozinhos os leva a encontrarem rapidamente quem lhes alimente o ego e lhes sirva de repositório de sonhos e sémen.

Estou a exagerar... não estou?

Talvez conheça demasiados 'maus exemplos'.
Talvez atraia 'más reses' como outras pessoas parecem ímanes de gente doida.
Talvez seja eu a 'má rês' que incentiva sistematicamente 'maus comportamentos'.
Talvez exija tanto de um homem que se lhe torne logicamente impossível estar à altura das minhas expectativas.

Qualquer que seja o motivo, fico invariavelmente surpreendida com o romantismo num homem.
Mais ainda, considero um verdadeiro milagre, a fidelidade e dedicação que alguns conseguem oferecer a uma única mulher.
Chega mesmo a parecer-me contranatura, uma tentativa vã de combater o seu ancestral instinto predatório.

E desconfio, questiono, suspeito, conjecturo.
Simplesmente, não acredito.

O mais curioso é que nunca nenhum homem me desiludiu.
Apenas nenhum me conseguiu provar cabalmente que estou errada...

9 de agosto de 2007

Tantos...

... mal entendidos!

Descubro-os, quase todos, tarde demais.
Sem tempo de os desfazer.
Sem chance de os corrigir.

Se sorrio, pensam que quero.
Se me afasto, dizem que fujo.

Se aceito, acham suficiente.
Se compreendo, querem mais.

Começo a abominar a palavra!

Não a que vos deixo, a que me acalma.
Mas a que não chega, a que é escassa.

Agora só quero ler olhos e mãos.
Só entender corpos e bocas.
Só perceber cheiros e sons.

Só ler gestos e silêncios.

8 de agosto de 2007

Não sou competitiva... nunca fui.
Fujo à luta, finjo que não me importo.
Cedo créditos, entrego armas.
Rendo-me em antecipação.

Talvez preveja derrotas.
Talvez adivinhe desfechos.
Talvez vaticine lágrimas.
Talvez pressinta sofrimento.

O que é certo é que parto, me afasto.
Desisto.

Sim, compreendo as tuas reservas.
Não as esperava mas aceito-as.

A competição pode assustar.
E a luta, intimidar.

Mesmo quando existe apenas na nossa imaginação...

7 de agosto de 2007

Pensando bem...

... verifico que me sinto atraída quase sempre pelo mesmo tipo de homem.

A saber:
- atlético (sinónimo de 'em forma', 'que pratica um desporto')
- claro (geralmente louros ou com pele e/ou olhos claros)
- divertido (conquistam-me facilmente quando me fazem rir... onde é que eu li isto recentemente? ;))

Será assim tão simples?
Peço assim tão pouco?

Pelos motivos acima descritos, estou perfeitamente convicta, no entanto, que o Amor da Minha Vida é moreno, franzinito e profundamente entediante!!



(tentei fugir à escolha óbvia do loiro mais sexy do planeta...)

6 de agosto de 2007

Eu?!?


"Tu é que queres só sexo!"

Fiquei estupefacta.
Bem sei que brincava.
Mas e se, no fundo, acreditava no que dizia??
Até porque, pensando bem, já não era a primeira vez que mo dizia.

Será essa a ideia que passa?!

Será essa a imagem que fica?!

É que nesta vontade que me leiam sem nada dizer acabo por deixar que se enganem com tanto (ou sem nada?) a perder.

Sim, quero sexo, claro que quero sexo!

Sexo bom, sexo puro, sexo duro.
Sexo carne, sexo sangue.
Sexo guerra, sexo paz.
Sexo cão, sexo são.

Mas mesmo muito disso, quando é 'só' isso, é pouco demais.
E não pensei que fosse preciso dizê-lo.

3 de agosto de 2007

Estranho é...


... identificar-me tanto com alguém que (ainda) não conheci.

... ver (d)escritas por ele as ideias que pensei.

... sentir atracção por quem apenas imaginei.

... acreditar que poderia mergulhar nos olhos de quem nunca vi.

2 de agosto de 2007

Good answer!

Diálogo das "Donas de Casa Desesperadas"


Ao tentar fazer um arranjinho tipo 'blind date' para uma amiga, a Susan confirma a disponibilidade da mesma e recebe a seguinte resposta:

"Sim, estou entre desilusões..."


1 de agosto de 2007

O Espelho

Eu tenho um espelho que chora

É o espelho onde me admiro
Onde me miro e reviro

É o espelho que me mente:
"És bela..."

O espelho que murmura:
"És pura"

Porque é que o meu espelho mente?
Porque é que o meu espelho chora?