28 de setembro de 2006

O teu nome...

... é um beijo.
Doce, fundo, sensual.

Junto os lábios, pronuncio-o.
Murmúrio baixo, gutural.

Fecho os olhos, saboreio-o.
Carícia leve, intemporal.

Sonho acordada,
Soprá-lo na tua pele.

Digo-o, som inaudível,
E beijo-te sempre que te chamo.

27 de setembro de 2006

Fujo de ti



Efeito estranho, este que tens em mim.
Desafiador, provocante.

Cru nas palavras, rude nos gestos.
Instigas o meu lado grosseiro, vulgar.

Gosto da decisão, da vontade.
Aprecio a falta de rodeios, de cerimónias.

Mas fico com medo de mim.
E, portanto, fujo de ti...

26 de setembro de 2006

Somos...

... tão deliciosamente semelhantes.

E isso é tão genuinamente reconfortante.

25 de setembro de 2006

É quando...

... vivo mais que sofro menos.

Ou quando vivo menos que sofro mais...

22 de setembro de 2006

Passas por mim...

... sem me olhar.

A indiferença é ostensiva.
A espontaneidade prontamente censurada.

A cordialidade é ilusória.
O cumprimento obrigação.

A distância seria bálsamo.
A frieza conforto e alívio.

Mas adormeço na estupidez deste embalo.
E acordo embriagada de cansaço e tédio.


21 de setembro de 2006

O concerto

Queria ir, sem dúvida!
Gosto do som, da música, do ambiente que se gera.

Este ano, no entanto, em oposição a anos anteriores, resisto às companhias do costume.
Percorro mentalmente os nomes, as várias 'hipóteses'... e perco a vontade.

Os amigos 'grávidos' ou com crias pequenas.
Os amigos apaixonados e idilicamente saturantes.
Os amigos distantes e indisponíveis.
Os candidatos a 'amigos'...

Não me apetece servir de pau-de-cabeleira.
Também não tenho paciência para ouvir desabafos e confissões.
E não estou com disposição para andar a fugir de ataques e dentadinhas.

Queria ir, sem dúvida!
Ouvir o som, escutar a música, sentir o ambiente.

E por isso... acabo por sentir a tua falta.
A companhia certa.
O peito no qual apoiar as minhas costas.
A boca que se encosta no meu cabelo.
As palavras de silêncio no meu ouvido.

Só isso... o som, a música, o ambiente...
... e tu.

20 de setembro de 2006

Sinto...

... que fiz algo errado.
Ou melhor, sinto que nada do que fiz foi acertado.
Que a culpa foi minha, exclusivamente minha.

A falta de acusação não minimiza o sentimento.
Pelo contrário, amplia-o, dá-lhe a dimensão da dúvida, da suspeita.

E é apenas isso que me atormenta.
A ausência de palavras, a inexistência de diálogo.

Sinto que fui eu que ofendi, que feri.
Mas é a sensação de 'assunto proibido' que me incomoda.
E é este silêncio que me mata.

19 de setembro de 2006

Um homem...

... é fácil de ler.

Se quer, procura.
Se gosta, aproxima-se.
Se deseja, demonstra-o.

A mulher também é legível.
Mas de uma leitura difícil, rebuscada, cifrada e encriptada.

Se quer, atrai.
Se gosta, esconde.
Se deseja, disfarça.

O silêncio de um homem é indiferença.
O da mulher, sedução.


Mas quando a distância da mulher é chamamento, a de um homem torna-se apenas despedida...

18 de setembro de 2006

Não gosto...

... de falar dos temas do momento.
Por hábito, recuso-me a falar do óbvio.
Olho para o meu umbigo (lindíssimo, por sinal!) confirmo o piercing do dia e escrevo exclusivamente sobre mim ou o que me rodeia.
E isso costuma ser suficiente.

Mas uma vez por outra, esses 'temas do dia' aborrecem-me sobremaneira.

Como é agora o caso do pedido de desculpas EXIGIDO ao Sumo Pontífice ou a indignação sportinguista por ter sofrido um golo ilegal.

O primeiro porque vai contra o que mais defendo que é a liberdade de viver como bem se entende, desde que isso não prejudique terceiros.
Live and let live!
O fanatismo cego aliado invariavelmente à violência complica-me seriamente com o sistema nervoso.
Se são contra o Ocidente e tudo o que ele representa, reneguem-no, mantenham-no fora de portas e de corpos, mas não o tentem destruir.
Eu não entendo a sua religião obtusa e redutora mas não tento exterminá-la, nem convertê-la àquilo que eu própria acredito.
O Papa limita-se a proclamar a não violência.
Alguém me explique como é que isso pode ser errado??

O segundo porque a falta de coerência e honestidade no futebol português é vergonhosa.
Um erro que nos beneficia é displicentemente perdoado enquanto que uma falha que nos prejudica é gravemente condenada.
Sinto-me à vontade para falar, uma vez que por várias vezes já o disse em relação ao meu próprio Clube:
"Se querem ganhar jogos, marquem golos!"
Um resultado não pode estar exclusivamente dependente de um penalty que o árbitro não marcou ou de um golo mal validado.
Não se pode exigir a um árbitro que seja infalível, além de que não vejo ninguém condenar um jogador perdulário.
Mas o que é certo é que este último é bem mais gravoso para uma equipa e, na maioria das vezes, muito mais prejudicial.

15 de setembro de 2006

Agora sei...

... o que sentiu a Meryl Streep no "África Minha".

Ter um homem a massajar-nos a cabeça por mais de 10 minutos enquanto lava o nosso cabelo é decididamente, absolutamente, profundamente e inequivocamente delicioso!

É fechar os olhos e desfrutar a viagem...

(Bom fim de semana!)

14 de setembro de 2006

Orgulho é Preconceito

No fim, o orgulho é pedra filosofal.
Transforma mágoa em riso, pranto em festa.
Impede que se suspeite da nossa dor, esconde do Mundo (a todo o custo) o nosso sofrimento.
Mascara-nos a alma e polvilha-nos de brilho o semblante.

Depois do fim, o orgulho é íman natural.
Atrai atenções, angaria adulação.
Obriga-nos (sob pena de morte emocional) a viver intensamente cada novo minuto.

Na realidade, o orgulho é apenas preconceito.
Evita confissões e partilha, afasta colo e carinho.
Cria fossos e muralhas, impõe defesa e distância.

Na vida, o orgulho é perda de tempo.
Desperdício, esbanjamento.
De laços, afectos, abraços e ternura.

13 de setembro de 2006

Hoje viajei...

... no tempo.
A chuva levou-me, fez-me sonhar.

Vi-nos lá, lareira acesa.
O nosso calor, a casa acolhedora.

A noite cerrada, o silêncio da aldeia.
A intimidade boa, o aconchego do teu colo.

Sei que existes.
Encontramo-nos lá?

12 de setembro de 2006

"I'm too sexy for my shirt...

... so sexy it hurts"

Há dias li numa revista que a melancolia é um repelente natural.
Isto porque, segundo esta revista, estar triste não é sexy.
Os blogs são um bom suporte desta teoria.
Textos bem dispostos, humorísticos, transbordantes de alegria de viver angariam leitores, suscitam comentários.
Todos querem fazer parte, todos querem ser contagiados!

Pelo contrário, posts deprimidos e lúgrubes atraem apenas (e por pouco tempo) simpatia e alguma solidariedade, muitas vezes de quem se identifica com as queixas e os lamentos.
Não há paciência para mais, ninguém tem pachorra para aturar!

Portanto, tem lógica, realmente.
Verifica-se.
Na procura desenfreada da sensualidade, nada como ser, em primeiro lugar, feliz!

Que fazer, no entanto, quando não se é assim e não se sabe fingir?
Que fazer quando o desabafo é forma de sobrevivência?
Quando a própria respiração é suspiro?

Ups, já estou a ver.
Nesses casos é melhor estar calado...

11 de setembro de 2006

Às vezes...

... dói ter razão.
E a lucidez nem sempre compensa.

Por vezes, preferia o ledo engano, a credulidade infantil.
Tantas vezes seria melhor a ignorância, a inépcia.

Mas a clarividência mostra-me o fundo do mar antes do mergulho.
E os pés assentes na terra apenas me impedem de voar.

8 de setembro de 2006

Disseste adeus...

... e aos poucos abandonas-me.

Sais de mim todos os dias.
Fragmentado, esfumado no silêncio das horas.

Sinto que partes.
Vejo-te ir.

E eu... esqueço-me de ti.

7 de setembro de 2006

Tão bom...

... que nem parece português ;)

Este, sim, seria um excelente pai para os meus filhos!!

6 de setembro de 2006

Silêncio!

O rumor dos dias ensurdece.
O silêncio dos dias iguais.

O peso do nada.
O grito da ausência.

A ilusão de perda.
A dor dramatizada.

Sem remorso, nem arrependimento.
Sshhh... é segredo!

O rumor dos dias ensurdece.
O silêncio de cada dia igual.

5 de setembro de 2006

És...

... o mistério que não desvendei.
O livro que auto-censurei.
O filme que exceptuei.

És o joker do baralho.
O jogador suplente, o treinador de bancada.

És a montanha que se recusa a Maomé.
A bola que evita o golo.

Mas eu sou ovelha do rebanho.
Peixe bem integrado no cardume.


Não compreendo capas e máscaras.
Não aceito manhas e duas caras.

Sigo a corrente, ouço o vento.
Cumpro regras, pertenço.

Fartei-me de jogos e esquemas.
Cansei-me de provas e dilemas.

Desprezo tanta insegurança.
Repudio semelhante desconfiança.

Não quero a excepção como regra.
Anseio pelo normal como diferença.

4 de setembro de 2006

Pormenores

"Beijo" não é o mesmo que "Beijinhos".

Um "amigo" não é um "Amigo".

"Quando combinamos?" é muito diferente de "Sim, um dia temos de combinar".

"Como estás tu?" nada tem a ver com "Tudo bem?"

Quando comunico, o texto importa.
Poucas letras são ao acaso.

Quando falo, faço-o nos espaços entre palavras.
Quando escrevo, deleito-me nas entrelinhas.

Portanto...
... ouve-me nos silêncios e nas pausas...
... e lê-me sempre no que não está escrito.

1 de setembro de 2006

Deixo-vos...

... as palavras de um amigo.

"Se houver amor não há desculpas esfarrapadas da necessidade de espaço e outras tretas. Não as há porque cada um sente a coisa de igual modo.
Julgo que não deve haver regras para uma relação. Se se sente necessidade delas é porque não há amor.
Mas apesar de sabermos tudo isto também temos que considerar os que não querem amor.
Os que não querem nem amar nem ser amados."


Bom fim de semana para vocês também! ;)

De que me queixo, afinal??

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Roubado daqui

P.S. O fantástico é que, à medida que ia respondendo, ia percebendo que tenho mesmo uma vida acima da média ;)