2 de maio de 2005

Para ti

Como fazer-te entender que continuo a amar a pessoa com quem não estou mas que, mesmo assim, escolhi ficar sozinha?
Como explicar-te que foi a crença de que mereço mais, que mereço alguém por inteiro, que me fez virar as costas àquela relação?
Como podes não perceber que também tu mereces mais do que tens?
Como te manténs refém de ti própria?
Como te sujeitas à humilhação de esperar por alguém que só te dá atenção quando assim o entende?

Também eu achava que possuía algo especial.
Também eu acreditava que tinha uma relação diferente das demais... feliz, quase perfeita.
Ainda hoje acredito nas metades que se encaixam e acreditava que tinha encontrado a minha.
Ainda hoje mantenho o nó na garganta sempre que toco no assunto.
Ainda hoje sofro e percorro um caminho deprimente e deprimido.
Agora mesmo choro ao escrever-te.

Como podes pensar que os meus sentimentos são menores do que os teus?

O que nós precisamos é de alguém que nos rasgue o peito e aperte o nosso coração com as suas mãos, obrigando-o a bater de novo.
O que ambas precisamos é de alguém que nos queira mais do que à própria vida e passe o resto da sua vida a prová-lo.
O que queremos e merecemos é alguém disposto a estar ao nosso lado sempre, para o melhor e, principalmente, para o pior.

Mas, por favor, nunca te esqueças...
O que não podemos dar-nos ao luxo de perder são os Amigos e a Família que se encarregam de nos levar ao colo nestas fases das nossas vidas.